Pelas comemorações do Dia da Marinha, a 20 de maio, foi aberto ao público o Farol do Cabo da Roca, situado na ponta mais Ocidental da Europa, no Concelho de Sintra. Ao visitá-lo, fomos guiados por um dos faroleiros, que nos indicou que todos os assinalamentos marítimos são geridos pela Marinha, pelo que os 53 faróis portugueses não são exceção.
Este é um farol que data de 1772 e conta com 22 metros de altura e 165 metros de altitude. Enquanto que anteriormente funcionava manualmente, com o faroleiro a dar à corda, hoje em dia funciona automaticamente, com uma lâmpada permanente e duas de reserva, e dois motores de rotação, também um deles de reserva.



A dado momento, foi utilizado um painel de aparelho ótico hiper-radiante, com 1330 mm de distância focal, mas deixou de ser comummente utilizado e hoje apenas existe um em funcionamento, no Farol do Cabo de S. Vicente, em Sagres.

No entanto, uma das peças que se manteve em utilização ao longo dos anos foi a ótica de cristal, mais eficaz do que os painéis de luzes mais recentes que apresentavam muitos problemas de humidade e limpeza.

Todos os faróis são de diferente arquitetura, de forma a serem reconhecidos durante o dia. Apenas à noite se ligam as luzes de forma automática, ao realizar uma leitura de luz exterior que permite perceber se existe ou não luminosidade natural. Está ligado à energia da rede pública e a um gerador, para o caso de haver uma avaria na rede. Assim, a missão mais importante do faroleiro é garantir que o farol nunca fique apagado, mas caso haja algum problema é possível colocar manualmente uma lâmpada ligada a uma bateria. Caso não seja possível, tem de se lançar um alerta. É também o papel do faroleiro abrir e fechar as cortinas que rodeiam o farol, que ficam fechadas durante o dia.

O alcance luminoso deste farol é de 26 milhas, exceto se estiver nevoeiro ou outras condições meteorológicas desfavoráveis. É atualmente assegurado por três faroleiros, que realizam turnos de 24 horas e garantem o funcionamento deste assinalamento marítimo entre o Cabo da Roca e a Ericeira. Os faroleiros têm um conjunto de tarefas bastante amplo, entre as quais estão a manutenção e reparação de peças dos faróis. Visitámos a antiga oficina dos faroleiros, no piso térreo do farol, onde estão também expostas algumas peças que já não são utilizadas nos faróis.



A título de curiosidade, os faroleiros, após o seu curso obrigatório, têm como trabalho final a realização de uma peça de funcionamento de um farol, que posteriormente é colocada num dos 53 faróis costeiros que dela mais necessite.